Ãndice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF) de fevereiro se mantém praticamente estável.
O Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF) de fevereiro de 2025 fechou em 1,1, praticamente estável em relação ao mês anterior, que foi de 1,09, ou seja, uma variação de mais 0,6%. Apesar de uma recuperação no preço de algumas commodities, o aumento no preço médio dos fertilizantes contribuiu para o resultado no período.
Em fevereiro, os fertilizantes apresentaram um aumento médio de cerca de 3%, impulsionado principalmente pela alta na ureia e, em seguida, pelo cloreto de potássio (KCl). Segundo dados da Agrinvest, os possíveis impactos da taxação do cloreto de potássio (KCl), que teve um aumento de preço de 20% no último mês, podem continuar subindo, já que também houve aumento nos preços do MAP (fosfato monoamônico) e SSP (superfosfato simples), cujos volumes de importação são menores do que no ano anterior. Quando a ANDA divulgar os dados de estoques, será possível observar uma correlação entre estoques baixos e menor importação, o que indica uma oferta reduzida e, consequentemente, uma tendência de alta nos preços.
Esse comportamento de preços foi puxado, sobretudo, pelo milho, que está em fase adiantada de plantio, porém ainda com atraso em relação à janela ideal, o que pode afetar seu desenvolvimento até o final do ciclo caso o clima não seja favorável. Regiões que adotam duas safras (verão e inverno), na combinação de soja no verão e milho ou algodão na safrinha de inverno, têm a oportunidade de melhorar sua geração de receita, contribuindo para a safra 2025/2026.
Até o momento, o mercado de fertilizantes tem se mostrado aquecido em 2025, com o encaminhamento para o final do plantio do milho safrinha e o início dos preparativos e planejamento para a próxima safra de verão, com destaque para a soja. É válida a atenção para a safra na América do Norte, que deve ter uma área de soja menor neste ano, de acordo com dados do Fórum Anual do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), ficando abaixo das previsões do mercado. Esse cenário pode reduzir a oferta mundial de soja em 2025, contribuindo para um maior equilíbrio entre o balanço de oferta e demanda dessa lavoura.
Neste momento, o mercado segue atento ainda às condições climáticas, aos impactos da seca no Rio Grande do Sul e ao ritmo final da colheita no Brasil, bem como aos possíveis efeitos na janela de plantio do milho de segunda safra. Com isso, reforça-se a necessidade de os produtores rurais realizarem o planejamento adequado de seus insumos.
Entendendo o IPCF
O IPCF é divulgado mensalmente pela Mosaic e consiste na relação entre indicadores de preços de fertilizantes e de commodities agrícolas. A metodologia consiste na comparação em relação à base de 2017, indicando que quanto menor a relação mais favorável o índice e melhor a relação de troca. O cálculo do IPCF leva em consideração as principais lavouras brasileiras: soja, milho, açúcar, etanol e algodão.
Metodologia
*A fonte para o cálculo dos preços dos fertilizantes no porto brasileiro é a CRU, empresa de consultoria internacional. Já os preços das commodities são apurados pela média do mercado brasileiro, em dólar, calculados com base nas publicações feitas pela Agência Estado e CEPEA.
**O índice de preços de fertilizantes inclui os valores de MAP, SSP, Ureia e KCL ponderados pelas participações respectivas de seu uso no país. Já o das commodities inclui soja, milho, açúcar, etanol e algodão, ponderado pelo consumo de fertilizantes.
***O índice é também ponderado pelo câmbio, considerado 70% dos fertilizantes (custo) e 85% das commodities (receita).
****Culturas analisadas: soja, milho, açúcar, etanol (cana-de-açúcar) e algodão.
*****Dados referentes a fevereiro/2025